Árvores, Metas e Trilhões: O que está na Agenda da COP30? 14/10/2025
- Ana Cunha-Busch
- 13 de out.
- 3 min de leitura

Por AFP - Agence France Presse
Árvores, Metas e Trilhões: O que está na Agenda da COP30?
A cúpula do clima das Nações Unidas deste ano promete ser simbólica, marcando uma década do Acordo de Paris e ocorrendo na Amazônia ambientalmente vulnerável. Mas o que está realmente na agenda?
A maratona de negociações reúne quase todos os países para enfrentar um desafio que afeta a todos, mas, ao contrário das edições recentes, esta "COP" não tem um tema ou objetivo único.
Isso não significa que os grandes poluidores sairão impunes, com as nações vulneráveis ao clima frustradas com seu nível de ambição e assistência financeira aos mais impactados por um planeta em aquecimento.
Aqui estão as grandes questões a serem observadas quando a conferência COP30, com duração de duas semanas, começar em 10 de novembro na cidade brasileira de Belém.
O mundo não está cortando emissões com rapidez suficiente para cumprir as metas do Acordo de Paris, e nenhuma pompa e pompa na COP30 será capaz de amenizar essa realidade desconfortável.
De acordo com o acordo climático, os países signatários são obrigados a apresentar metas mais rigorosas de redução das emissões de gases de efeito estufa a cada cinco anos, aumentando assim o esforço coletivo para reduzir o aquecimento global ao longo do tempo.
A última rodada de compromissos para 2035 deveria ser divulgada em fevereiro, para dar à ONU tempo antes da COP30 para avaliar a qualidade desses compromissos.
A maioria dos países perdeu o prazo, mas no início de outubro, cerca de 60 haviam entregue seus planos revisados. Poucos impressionaram, e a meta da China, em particular, ficou bem abaixo das expectativas.
A União Europeia, dividida por disputas internas, não consegue chegar a um acordo sobre sua meta, enquanto a Índia é outro grande emissor que ainda não finalizou sua promessa.
Um acerto de contas pode estar chegando em Belém. O Brasil — que descreveu a última rodada de promessas como "a visão do nosso futuro compartilhado" — está enfrentando pressão para reunir uma resposta.
O dinheiro — especificamente, quanto os países ricos dão aos mais pobres para se adaptarem às mudanças climáticas e mudarem para um futuro de baixo carbono — é um provável ponto de conflito em Belém, assim como em COPs anteriores.
No ano passado, após duas semanas de negociações acirradas, a COP29 terminou de forma infeliz, com os países desenvolvidos concordando em fornecer US$ 300 bilhões por ano em financiamento climático para os países em desenvolvimento até 2035, bem abaixo do necessário.
Eles também estabeleceram uma meta muito menos específica de ajudar a arrecadar US$ 1,3 trilhão anualmente até 2035 de fontes públicas e privadas. Os países em desenvolvimento exigirão detalhes concretos sobre isso na COP30.
O financiamento para adaptação — por exemplo, para construir defesas costeiras para proteger contra a elevação do nível do mar — está na agenda formal, com uma nova meta de arrecadação de fundos possivelmente em negociação, à medida que um compromisso antigo expira.
O Brasil escolheu Belém para sediar a COP30 devido à sua proximidade com a Amazônia, um palco ideal para chamar a atenção do mundo para o papel vital da floresta tropical no combate às mudanças climáticas.
Na COP30, os anfitriões lançarão um novo e inovador fundo global que propõe recompensar países com alta cobertura florestal tropical que mantenham as árvores em pé em vez de derrubá-las.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) visa arrecadar até US$ 25 bilhões de países doadores e outros US$ 100 bilhões do setor privado, que são investidos nos mercados financeiros. O Brasil já aportou US$ 1 bilhão.
Clément Helary, do Greenpeace, disse à AFP que o TFFF "poderia ser um passo à frente na proteção das florestas tropicais" se acompanhado de medidas mais claras na COP30 para acabar com o desmatamento até 2030.
A destruição de florestas primárias tropicais atingiu um recorde em 2024, de acordo com o Global Forest Watch, um monitor de desmatamento. O equivalente a 18 campos de futebol por minuto foi perdido, causado principalmente por grandes incêndios.
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