A Europa deve intensificar os esforços para proteger o meio ambiente: relatório. 30/09/2025
- Ana Cunha-Busch
- 29 de set.
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Por AFP – Agence France-Presse
A Europa deve intensificar os esforços para proteger o meio ambiente: relatório
Por Camille BAS-WOHLERT
A Europa é líder mundial no combate às mudanças climáticas, mas precisa fazer mais para fortalecer sua resiliência ao aquecimento global, alertou a agência ambiental da União Europeia na segunda-feira.
Embora "progressos significativos" tenham sido feitos na redução das emissões de gases de efeito estufa e da poluição do ar, o estado geral do meio ambiente na Europa "não é bom", afirmou a Agência Europeia do Meio Ambiente (AEA) após compilar dados de 38 países.
Sua diretora, Leena Yla-Mononen, disse a repórteres em Bruxelas que a biodiversidade estava diminuindo "devido a pressões persistentes impulsionadas por padrões insustentáveis de produção e consumo".
Os recursos hídricos também estavam sob "forte pressão", com um terço da população europeia afetada pelo estresse hídrico, disse ela.
A avaliação climática, realizada a cada cinco anos, ocorre após os Estados-membros da UE, em uma cúpula climática da ONU na semana passada, não terem apresentado um plano para 2035 para reduzir ainda mais os gases de efeito estufa devido a divergências dentro do bloco de 27 países.
A UE também não conseguiu chegar a um consenso sobre uma proposta ambiciosa da Comissão Europeia para reduzir as emissões em 90% até 2040, em comparação com os níveis de 1990.
As emissões de gases de efeito estufa da UE caíram 37% desde 1990, superando as reduções de outros grandes poluidores, como a China e os Estados Unidos, graças à redução do uso de combustíveis fósseis e à duplicação da capacidade de energia renovável desde 2005.
Âmbito para economizar água
Mas a AEA afirmou que os países da UE devem ir mais longe na implementação de políticas para maior sustentabilidade já acordadas no âmbito do Pacto Ecológico Europeu.
A natureza no continente "continua a enfrentar degradação, superexploração e perda de biodiversidade", afirmou a agência.
A água, em particular, está se tornando cada vez mais escassa e a terra está sendo superexplorada.
Cerca de 81% dos habitats protegidos estão em más ou precárias condições, 60 a 70% dos solos estão degradados e 62% dos corpos d'água não estão em boas condições ecológicas, segundo o relatório.
Embora as mudanças climáticas estejam agravando a escassez de água, a AEA observou que há potencial para economizar até 40% da água utilizada na agricultura, no abastecimento de água e na produção de energia por meio de melhor governança, inovação tecnológica, reuso da água e conscientização pública.
A maioria dos edifícios na Europa não foi projetada para suportar o calor, alertou a AEA, observando que 19% dos europeus não conseguem manter uma temperatura confortável em suas casas.
A frequência de ondas de calor extremas está aumentando, mas apenas 21 dos 38 países-membros da AEA possuem planos de ação em saúde para ondas de calor, afirmou a agência.
Custo financeiro
Em geral, eventos climáticos e meteorológicos extremos, como ondas de calor, inundações, deslizamentos de terra e incêndios florestais, causaram mais de 240.000 mortes entre 1980 e 2023 nos 27 países da UE, segundo o relatório.
E o custo financeiro desses eventos continua a aumentar.
Em 2023, por exemplo, as inundações na Eslovênia custaram o equivalente a 16% do PIB do país.
A agência apelou à Europa para que se adapte.
"A sustentabilidade não é uma escolha, é uma questão de quando a fazemos", disse Catherine Ganzleben, chefe da unidade de Transições Sustentáveis e Justas da AEA, acrescentando que "os custos da inação serão maiores" no futuro.
"Devemos agir... antes que seja tarde demais", disse Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela transição verde.
"Devemos aumentar radicalmente os nossos esforços em resiliência e adaptação climática", acrescentou.
O relatório também enfatizou que a prevenção da poluição salva vidas, reduzindo mortes e doenças.
Em relação à poluição do ar, o número de mortes relacionadas à exposição a partículas finas diminuiu significativamente, caindo 45% entre 2005 e 2022.
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