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Aborígenes australianos vencem processo para inclusão de sítio arqueológico na lista da UNESCO. 11/07/2025

  • Foto do escritor: Ana Cunha-Busch
    Ana Cunha-Busch
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura
Aborígenes se preocupam com o impacto da mineração em patrimônios culturais (GREG WOOD)
Aborígenes se preocupam com o impacto da mineração em patrimônios culturais (GREG WOOD)

Por AFP - Agence France Presse


Aborígenes australianos vencem processo para inclusão de sítio arqueológico na lista da UNESCO

Marie-Morgane LE MOEL


Uma delegação de aborígenes australianos que viajou a Paris para fazer campanha pelo apoio da ONU para proteger um patrimônio cultural que, segundo eles, está ameaçado pela mineração prejudicial, ficou "exultante" na sexta-feira, com o reconhecimento do sítio arqueológico na cobiçada lista.


O Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, a organização cultural das Nações Unidas, vinha deliberando desde o início da semana sobre quais sítios incluir na última edição da lista do patrimônio mundial da entidade.


Entre as dezenas de sítios em análise estava Murujuga, uma área remota no estado da Austrália Ocidental que, segundo estimativas, abriga cerca de um milhão de petróglifos — gravuras que podem datar de 50.000 anos.


"É possivelmente o sítio de arte rupestre mais importante do mundo", disse Benjamin Smith, especialista em arte rupestre da Universidade da Austrália Ocidental.


"Deveríamos cuidar dele."


O sítio está localizado na península de Burrup, lar do povo Mardudunera, e ameaçado por empreendimentos de mineração nas proximidades.


"Este é um dia memorável para nossos idosos e nossas gerações futuras, para que os valores excepcionais do patrimônio universal de Murujuga sejam reconhecidos pelo mundo", disse a líder da delegação, Raelene Cooper, em um comunicado após o anúncio, acrescentando que o grupo estava "exultante".


A inclusão na lista do patrimônio da UNESCO frequentemente desencadeia um movimento turístico lucrativo e pode liberar financiamento para a preservação de sítios.


Isso, por si só, não aciona a proteção de um sítio, mas pode ajudar a pressionar os governos nacionais a tomarem medidas.


"É absolutamente crucial que o governo australiano leve isso mais a sério e regule a poluição industrial naquela área com mais cuidado", disse Smith.


Gigantescas corporações de mineração atuam na região de Pilbara, rica em recursos, há décadas.


- 'Mantenha nossa cultura próspera' -


A empresa australiana Woodside Energy opera a Plataforma Noroeste, um complexo industrial que inclui plataformas offshore, oleodutos submarinos e instalações de processamento de hidrocarbonetos.


O projeto está consistentemente classificado entre os cinco maiores emissores de gases de efeito estufa da Austrália, de acordo com dados do Regulador de Energia Limpa do país.


"Essas esculturas são o que nossos ancestrais deixaram aqui para que aprendamos e mantenhamos seu conhecimento, mantendo nossa cultura próspera por meio desses locais sagrados", disse Mark Clifton, membro da delegação de três pessoas que se reuniu com representantes da UNESCO.


Organizações ambientais e indígenas argumentam que a presença de grupos de mineração já causou danos com emissões industriais.


Eles estão "criando centenas de buracos na superfície. E isso está causando a degradação das superfícies com a arte rupestre", disse Smith.


Em uma declaração enviada por e-mail à AFP, a Woodside Energy afirmou que reconhece Murujuga como "uma das paisagens culturalmente mais significativas da Austrália".


Acrescentou que, de acordo com estudos independentes revisados ​​por pares, "operações responsáveis" poderiam ajudar a proteger o patrimônio.


A Woodside tomou "medidas proativas", afirmou, "para garantir que administremos nossos impactos de forma responsável".


Em maio, o governo australiano estendeu a licença de operação da usina de gás liquefeito por 40 anos, com condições.


A Austrália insiste que a extensão da usina — que emite milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente — não compromete a promessa de atingir zero emissões líquidas até 2050.


- "Medidas de proteção" -


Ativistas, alegando que o governo não está levando suas preocupações a sério o suficiente, exigiram que a UNESCO condicione qualquer decisão de incluir o sítio na lista do patrimônio mundial à proteção adequada oferecida pelo governo.


A decisão do Comitê do Patrimônio Mundial na sexta-feira envia "um sinal claro ao governo australiano e à Woodside de que as coisas precisam mudar", disse Cooper.


"O escrutínio global será agora aplicado ao que está acontecendo em Murujuga", disse ela, acrescentando que a comunidade continuará lutando pela proteção do sítio.


O governo australiano enviou uma delegação separada a Paris, também composta por membros da população aborígene da região, para pressionar pelo reconhecimento do sítio.


A forte presença da Austrália na reunião do comitê de patrimônio "é uma oportunidade significativa para apoiar a proteção e a conservação de alguns dos sítios culturais e naturais mais importantes do mundo", disse o Ministro do Meio Ambiente, Murray Watt.


A Icomos, uma organização não governamental parceira da UNESCO, afirmou ser urgente que o governo australiano supervisione "a eliminação completa das emissões ácidas nocivas que atualmente afetam os petróglifos".


lem/jh/ah/giv/rlp

 
 
 

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