Cazaquistão permitirá caça de antílopes que já estiveram em perigo de extinção 28/05/2025
- Ana Cunha-Busch
- 27 de mai.
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Por AFP - Agence France Presse
Cazaquistão permitirá caça de antílopes que já estiveram em perigo de extinção
O Cazaquistão anunciou na quarta-feira que autorizará a caça de antílopes saiga, uma espécie que já esteve em perigo de extinção e que, segundo o governo, agora ameaça a agricultura no vasto país da Ásia Central.
O país havia recuado anteriormente na decisão de suspender a proibição da caça à espécie, reconhecível por seu focinho longo, arredondado e semelhante a uma tromba.
O presidente Kassym-Jomart Tokayev havia chamado os antílopes de “animais sagrados para o povo cazaque”. O saiga foi caçado ilegalmente em grande escala na década de 1990.
A mídia estatal citou o vice-ministro da Ecologia do Cazaquistão, que afirmou que a decisão de caçá-los era “necessária devido ao rápido crescimento de sua população” e às “reclamações dos agricultores”.
Uma porta-voz do Ministério da Ecologia do Cazaquistão disse à AFP na quarta-feira que “de acordo com pesquisas científicas, é possível eliminar até 20% da população total sem prejudicar a espécie”.
O número exato de animais que podem ser abatidos e a data de início da caça ainda não foram determinados, acrescentou ela.
Os agricultores reclamam que as saigas pisotearam milhares de quilômetros quadrados de fazendas, onde as plantações também estão ameaçadas pelas mudanças climáticas.
De acordo com as últimas estimativas, existem 4,1 milhões de saigas na antiga república soviética, representando quase toda a população global, um número que pode chegar a cinco milhões até o final do ano.
Uma tentativa de suspender a proibição foi recebida com oposição em 2023, um acontecimento raro no Cazaquistão, onde a liberdade de expressão é limitada. As autoridades reverteram a decisão alguns meses depois.
A caça ilegal dos antílopes explodiu após o colapso da União Soviética, principalmente porque seus chifres são usados na medicina tradicional.
A escassez de água e as doenças também colocaram a espécie em perigo antes que as autoridades cazaques introduzissem uma política para protegê-la.
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