Cúpula do Clima da União Africana anuncia formação de coalizão para mineração. 11/09/2025
- Ana Cunha-Busch
- há 2 dias
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![Chefes de Estado e Delegados posam para uma foto em grupo durante a Segunda Cúpula do Clima da África em Adis Abeba, Etiópia, 8 de setembro de 2025. [Foto/Agências]](https://static.wixstatic.com/media/a63056_18baae61e0cb46e49aebc83153223242~mv2.jpeg/v1/fill/w_980,h_620,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/a63056_18baae61e0cb46e49aebc83153223242~mv2.jpeg)
Por AFP - Agence France Presse
Cúpula do Clima da União Africana anuncia formação de coalizão para mineração
A União Africana anunciou planos para formar uma coalizão de países produtores de minerais para administrar a corrida global por minerais essenciais após a realização de uma cúpula do clima.
A África detém vasta riqueza mineral — desde as terras raras da República Democrática do Congo, atingida pelo conflito, até a Nigéria, rica em petróleo —, mas tem lutado para capitalizar seus recursos após décadas de pilhagem colonial e subsequente má gestão e corrupção.
A União Africana, composta por 54 países, reuniu-se esta semana para uma cúpula do clima na capital etíope, Adis Abeba.
Em um comunicado publicado na quarta-feira, afirmou que "exploraria e apoiaria o estabelecimento de uma coalizão de países produtores de minerais essenciais da África para promover a cooperação regional estratégica e sustentável".
Denominando a medida como "Estratégia de Minerais Verdes da África", a UA afirmou que ela seria um "veículo para aproveitar a vasta riqueza mineral da África para um desenvolvimento resiliente ao clima".
A medida ocorre em um momento em que Washington busca garantir o fornecimento de minerais estratégicos da República Democrática do Congo, em uma tentativa de desafiar o quase monopólio da China no lucrativo setor.
O chefe da ONU, António Guterres, afirmou em agosto que a África poderia se tornar uma "superpotência renovável" ao explorar as matérias-primas necessárias para a tecnologia verde em todo o mundo.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda por minerais essenciais quadruplique até 2040.
Apesar de contribuírem menos para a poluição global, as nações africanas "são as mais afetadas pelos impactos das mudanças climáticas e as menos capazes de arcar com os custos de adaptação, resiliência, desenvolvimento sustentável e mitigação", afirmou a UA.
A UA exigiu "compromissos e parcerias internacionais mais fortes para fechar a lacuna financeira e apoiar a adaptação, a resiliência e o desenvolvimento sustentável".
Mas também afirmou que a África deve confiar em si mesma, afirmando que as nações devem "aumentar sua capacidade de mobilizar recursos e apoiar o financiamento de ações climáticas na África".
Na cúpula da ONU COP29 do ano passado, no Azerbaijão, os países ricos prometeram US$ 300 bilhões por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento, um valor considerado lamentavelmente inadequado.
Um dos objetivos do Brasil para a COP30 deste ano, que ocorrerá em Belém em novembro, é encontrar outras fontes de financiamento para suprir o déficit.
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