Grécia coloca Atenas em estado de emergência hídrica. 29/11/2025

Esta foto mostra os restos das casas que reapareceram quando o nível do lago artificial de Mornos baixou após uma seca, na vila de Kallio, Grécia. (AFP)

Por AFP - Agence France Presse

Grécia coloca Atenas em estado de emergência hídrica

A Grécia colocou a região metropolitana de Atenas e duas ilhas em estado de emergência hídrica, para acelerar as obras de infraestrutura e enfrentar a crescente ameaça de seca crônica.

O Ministério do Meio Ambiente anunciou a medida na última sexta-feira, que também abrange as ilhas de Patmos e Leros, no Mar Egeu, já que as reservas de água da capital vêm diminuindo em aproximadamente 250 milhões de metros cúbicos por ano desde 2022.

Uma fonte do ministério disse à agência estatal ANA que a decisão "prioriza a implementação de projetos de infraestrutura essenciais".

Nenhuma restrição ao consumo de água foi anunciada por enquanto.

Segundo a empresa de abastecimento de água e esgoto de Atenas (EYDAP), a precipitação anual na Grécia diminuiu aproximadamente 25% nos últimos três anos, a evaporação aumentou 15% e o consumo subiu cerca de 6%.

O Ministro do Meio Ambiente e Energia, Stavros Papastavrou, declarou à emissora Skai TV na sexta-feira que as reservas para a região metropolitana de Atenas giram em torno de 400 milhões de metros cúbicos, com um consumo de aproximadamente 250 milhões de metros cúbicos por ano.

"Não há mais espaço para adiar decisões difíceis", afirmou o ministro.

"Em áreas onde o consumo de água aumenta significativamente devido ao turismo, é necessário maior atenção e planejamento para evitar situações incontroláveis durante o verão", acrescentou.

De acordo com fontes do ministério, estudos científicos mostram que a Grécia atravessa um período de seca persistente comparável apenas à crise anterior, ocorrida entre 1988 e 1994.

O governo grego já havia anunciado, no mês passado, planos para investir 2,5 bilhões de euros (US$ 2,9 bilhões) em projetos de infraestrutura hídrica na próxima década.

O plano inclui o desvio de dois afluentes do rio Aqueloo, no oeste da Grécia, além de projetos de perfuração e dessalinização.

O projeto do afluente do Aqueloo, orçado em 500 milhões de euros, deverá ser concluído até 2029.

Outros 150 projetos, avaliados em mais de 320 milhões de euros, estão atualmente em andamento em mais de 40 ilhas, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

jph/gv