UE deve "reavaliar" metas sustentáveis para a aviação: Diretor da IATA 16/07/2025
- Ana Cunha-Busch
- 15 de jul.
- 2 min de leitura

Por AFP - Agence France Presse
UE deve "reavaliar" metas sustentáveis para a aviação: Diretor da IATA
A União Europeia deve reconsiderar as metas sustentáveis que estabeleceu para as companhias aéreas devido à falta de produção de combustíveis renováveis, afirmou na quarta-feira o chefe do grupo industrial global IATA.
No âmbito dos ambiciosos planos para combater as mudanças climáticas, a UE exige que as companhias aéreas aumentem gradualmente a quantidade do chamado combustível de aviação sustentável (SAF) que utilizam para abastecer os aviões.
As companhias aéreas, no entanto, reclamam que o SAF não está amplamente disponível e é muito caro.
"Tenho criticado as metas da UE porque não acredito que elas serão alcançadas", disse Willie Walsh, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo, a repórteres em Singapura.
"Tenho dificuldade em ver como teremos combustível de aviação sustentável suficiente disponível para atingir a meta de curto prazo."
As regras da UE exigem que as companhias aéreas incluam 2% de SAF em sua matriz de combustível a partir deste ano, aumentando para 6% em 2030 e, em seguida, para 70% a partir de 2050.
Mas um estudo publicado pela Airlines for Europe, um grupo do setor que representa 17 companhias aéreas, estimou que a produção de SAF ficaria 30% abaixo dos níveis necessários para atingir a meta em 2030.
"Acredito que a UE, em particular, precisa reavaliar as metas que estabeleceu", disse Walsh, acrescentando, no entanto, que a meta do setor de emissões líquidas zero até 2050 ainda é alcançável.
Ele disse que a IATA estava relutante em definir metas de curto prazo.
O que a UE deveria ter feito era avaliar a produção atual e futura de combustível verde e, em seguida, definir uma meta relevante para a produção", segundo Walsh.
"A ideia de que estamos estabelecendo metas quando não estamos vendo a produção de combustível sustentável não faz o menor sentido", disse ele.
Walsh afirmou que companhias aéreas individuais na Europa "estão comprando SAF fora da UE para cumprir suas metas", o que, segundo ele, também "não faz muito sentido" devido à pegada de carbono gerada pelo transporte do combustível.
Contribuindo para quase 3% das emissões globais de dióxido de carbono, o setor da aviação está entre os mais difíceis de descarbonizar.
SAF — um biocombustível que produz menos emissões de carbono do que o combustível de aviação tradicional, feito de materiais vegetais e animais, como óleo de cozinha e gordura — é visto como um ingrediente crucial para atingir as metas de emissões.
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