Berlim diz que parque eólico offshore chinês pode representar um risco de segurança 04/03/2025

Foto ilustrativa parque eólico em alto-mar da Freepik

Por AFP - Agence France Presse

Berlim diz que parque eólico offshore chinês pode representar um risco de segurança

Um planejado parque eólico offshore de fabricação chinesa no Mar do Norte apresenta riscos de segurança, incluindo espionagem, que estão sendo estudados “muito seriamente”, disse o governo alemão na segunda-feira.

O Instituto Alemão de Defesa e Estudos Estratégicos (GIDS), que tem vínculos com as forças armadas alemãs, estima que as 16 turbinas eólicas planejadas perto de Borkum representam riscos que vão desde influência política, espionagem por meio de sensores até acesso a protocolos de segurança de infraestrutura crítica e interrupção do fornecimento de energia, informou a mídia alemã.

“Levamos essa questão muito a sério”, disse a porta-voz do Ministério da Economia, Luisa-Maria Spoo, em uma coletiva de imprensa regular na segunda-feira.

Em um estudo, os especialistas do GIDS recomendaram “impedir” o uso de turbinas eólicas chinesas no projeto, já que ainda não foi tomada nenhuma decisão para autorizar a entrega de turbinas chinesas.

A discussão mostra “que este não é um simples projeto econômico”, pois envolve “infraestrutura crítica” que poderia gerar “novos cenários de ameaça que sempre devem ser levados em consideração”, disse o porta-voz do governo Steffen Hebestreit.

O governo chinês rejeitou as preocupações.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, não há “nenhuma evidência” de que as empresas chinesas estejam colocando em risco a segurança nacional dos países europeus, informou o Handelsblatt.

Os fabricantes chineses, como a Mingyang, estão entrando no mercado de turbinas eólicas oferecendo preços e prazos de entrega competitivos, o que está aumentando a pressão sobre os fabricantes europeus.

A Alemanha proibiu tecnologias e componentes dos grupos chineses Huawei e ZTE em suas redes 5G em julho passado por motivos de “segurança”, após avisos sobre o risco de espionagem e sabotagem.

Questionada sobre o projeto Borkum, a ministra do Interior, Nancy Faeser, disse: “Precisamos reduzir as ameaças à nossa segurança, incluindo espionagem e sabotagem”.

“Devemos nos tornar mais independentes e mais capazes de resistir a crises”, disse ela ao jornal Rheinische Post.

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