Gregos calculam o custo da "tragédia" de incêndio florestal perto de Atenas. 10/08/2025
- Ana Cunha-Busch
- 9 de ago.
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Por AFP - Agence France Presse
Gregos calculam o custo da "tragédia" de incêndio florestal perto de Atenas
Imran Marashli
No município de Palaia Fokaia, a uma hora de carro ao sul de Atenas, uma típica paisagem bucólica grega de olivais e vilarejos foi transformada por um violento incêndio florestal na sexta-feira em uma distopia de terras enegrecidas e casas incineradas.
Um vento uivante varreu o assentamento no sábado, espalhando poeira e o cheiro forte de cinzas que vinha das colinas ao redor, onde incêndios e brasas continuavam a arder.
O chão tremeu enquanto helicópteros e jatos d'água voavam baixo e serpenteavam pelo terreno íngreme para liberar água sobre as chamas remanescentes e recuperar a água do mar.
Horas antes, mais de 200 bombeiros lutavam para impedir que o incêndio que irrompeu na região rural de Keratea, a cerca de 43 quilômetros a sudeste de Atenas, ameaçasse os resorts costeiros que pontilham a costa da Ática.
Em uma casa destruída — com o telhado desabado, nada mais que um emaranhado de metal deformado —, moradores usando máscaras retornaram para recuperar os pertences que sobreviveram ao incêndio.
Uma mulher desanimada chamada Dimitria teve mais sorte: as chamas pouparam sua casa, mas arrasaram a floresta mais próxima, deixando-a um terreno desolado de árvores queimadas e cinzas.
"Desde ontem à noite, houve muito poucos reforços do corpo de bombeiros", lamentou ela, descrevendo como a ajuda chegou depois que o fogo, que avançava, ameaçava "muitas casas" perto da floresta.
"Minha casa está bem, mas minha floresta está queimada. E isso é uma pena", disse ela com a voz trêmula, os olhos marejados enquanto saía para avaliar os danos.
Bombeiros com mangueiras vasculhavam um bosque para apagar as brasas e evitar reativações, com galhos queimados e detritos estalando sob suas botas.
- 'Sabíamos que era perigoso' -
Observando-os de sua casa ilesa, Kostas Triadis estava aliviado.
Apesar dos danos causados à paisagem, ele elogiou o trabalho dos bombeiros e voluntários: "Caso contrário, seria muito ruim".
"Ela se regenera sozinha, espero que seja o futuro natural", acrescentou o homem de 75 anos, referindo-se à vegetação devastada.
"É uma floresta pequena e muito boa; sempre soubemos que era perigosa."
Sua esposa, Eleni, de 71 anos, acrescentou que "todos fizeram o máximo para salvar a área, mas a verdadeira tragédia é que a floresta se perdeu. Era muito antiga".
Mas ela destacou as muitas árvores que ficaram relativamente ilesas porque o fogo se extinguiu rapidamente na grama baixa que os moradores haviam cortado em junho.
"É uma tragédia, é a primeira vez que o fogo chega aqui", disse ela sobre a área, onde o casal passa os meses de verão longe de sua residência em Atenas.
A uma curta distância, na costa, o contraste não poderia ser maior: banhistas caminhavam pela areia e nadavam no Mediterrâneo cintilante em uma manhã de verão aparentemente normal e amena.
Mas os sinais da emergência eram inconfundíveis, com os clientes à beira-mar sendo recebidos com o espetáculo de bombas d'água deslizando sobre a água para reabastecer e retornar aos incêndios violentos.
imm/jph/giv
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