Grupo de jovens das Ilhas do Pacífico ganha prêmio por ação legal sobre o clima. 01/10/2025
- Ana Cunha-Busch
- 30 de set.
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Por AFP - Agence France Presse
Grupo de jovens das Ilhas do Pacífico ganha prêmio por ação legal sobre o clima.
Um grupo estudantil liderado por jovens e um advogado de direitos humanos que levaram a questão climática à Corte Internacional de Justiça (CIJ) receberam o prêmio Right Livelihood na quarta-feira, apelidado de "Nobel alternativo".
O prêmio também homenageou a rede de ajuda humanitária do Sudão, Emergency Response Rooms, bem como um grupo anticorrupção birmanês e um defensor taiwanês da democracia digital.
Frustrados com a lentidão dos esforços globais para combater as mudanças climáticas, 27 estudantes de direito da Universidade do Pacífico Sul, em Vanuatu, decidiram, em 2019, em suas palavras, "levar o maior problema do mundo à mais alta corte do mundo".
A campanha dos Estudantes das Ilhas do Pacífico que Lutam contra as Mudanças Climáticas (PISFCC) culminou com a CIJ, em julho deste ano, emitindo um parecer consultivo afirmando que os estados têm obrigações legais de lidar com as mudanças climáticas.
Embora não sejam juridicamente vinculativos, os pareceres consultivos têm peso político e jurídico.
O júri do prêmio elogiou o grupo "por levar o apelo por justiça climática à mais alta corte do mundo, transformando a sobrevivência em uma questão de direitos e a ação climática em uma responsabilidade legal".
Diante da ameaça da elevação do nível do mar e de padrões climáticos mais severos em lugares como o Oceano Pacífico, as nações insulares estão particularmente em risco devido às mudanças climáticas.
"É um problema existencial para jovens em países como Kiribati, Tuvalu e Ilhas Marshall. Eles testemunham os efeitos das mudanças climáticas a cada maré alta", disse Vishal Prasad, diretor do PISFCC, à AFP em julho.
O grupo dividiu o prêmio com Julian Aguon, advogado de direitos humanos de Guam, cujo escritório de advocacia, Blue Ocean Law, desenvolveu a estratégia jurídica para defender o caso.
A Right Livelihood Foundation, sediada na Suécia, também homenageou a Emergency Response Rooms, uma rede comunitária de base, pela distribuição de ajuda durante a guerra civil no Sudão.
A rede foi descrita como "a espinha dorsal da resposta humanitária do país em meio à guerra, ao deslocamento e ao colapso do Estado".
A Justice For Myanmar (JFM), um grupo secreto de ativistas birmaneses que trabalha para expor empresas que lucram e apoiam a junta militar do país, também foi homenageada.
A programadora e embaixadora cibernética taiwanesa Audrey Tang também recebeu o prêmio por "promover o uso social da tecnologia digital para empoderar os cidadãos, renovar a democracia e sanar divisões", afirmou o júri em um comunicado.
O prêmio Right Livelihood foi criado em 1980, quando o colecionador de selos sueco-alemão Jakob von Uexkull vendeu parte de sua coleção para criá-lo, após a fundação por trás dos Prêmios Nobel se recusar a criar novas honrarias nas áreas de meio ambiente e desenvolvimento internacional.
jll/jhb
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