Hospedagem na Cúpula do Clima COP30 no Brasil é cara demais para algumas nações. 08/08/2025
- Ana Cunha-Busch
- 7 de ago.
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Atualizado: 9 de ago.

Por AFP - Agence France Presse
Hospedagem na Cúpula do Clima COP30 no Brasil é cara demais para algumas nações
Os altos preços de hospedagem podem forçar pequenos Estados insulares a reduzir o tamanho de suas delegações para a cúpula do clima COP30, em novembro, no Brasil, disse um representante na sexta-feira.
"Os 39 membros da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS) têm expressado continuamente suas preocupações com os custos proibitivos associados à viagem e à estadia em Belém", disse Ilana Seid, presidente do grupo e representante de Palau nas Nações Unidas, à AFP por e-mail.
"Não temos o luxo de grandes orçamentos à nossa disposição para garantir nossa participação", disse ela em nome dos países que pontilham os oceanos do mundo e são especialmente vulneráveis à elevação do nível do mar e às supertempestades amplificadas pelo aquecimento global.
"Se nossas delegações forem reduzidas ou não puderem participar efetivamente, será um fracasso na busca por justiça climática para aqueles cujas vidas e meios de subsistência estão na linha de frente de uma crise que não causaram", disse Seid.
A conferência climática da ONU será realizada em novembro em Belém, uma cidade amazônica de 1,3 milhão de habitantes com acomodações hoteleiras limitadas.
A menos de 100 dias do evento, os preços causaram tamanha consternação generalizada que alguns países pediram a transferência da conferência para outra cidade.
O chefe de Estado da Áustria cancelou esta semana sua viagem planejada, alegando "custos excepcionalmente altos".
Nos últimos meses, hotéis anunciaram quartos a 1.200 euros (US$ 1.400) por noite.
Algumas ofertas na plataforma de reservas Airbnb apresentaram preços ainda mais altos.
O Airbnb afirmou estar "comprometido em aumentar os esforços para conscientizar a comunidade local de anfitriões e incentivar práticas responsáveis".
Desde novembro de 2023, o número de vagas para a região de Belém aumentou de 1.000 para 6.100, "o que representa cerca de 19.000 leitos", informou a AFP em um comunicado.
A presidência da COP30, que não pretende transferir o evento, ofereceu acomodações com preços reduzidos para países em desenvolvimento e ilhas, incluindo cabines em navios de cruzeiro.
Mas o preço desses quartos "ainda é mais alto" do que o pacote acordado para viajantes apoiados pela ONU, disse Seid.
"A alocação de 15 quartos por delegação também é alarmante, o que significa que muitos de nossos países seriam forçados a reduzir o tamanho de suas delegações", disse ela.
O presidente da COP30, André Correa do Lago, reconheceu este mês que havia "preocupações extremas" e que "reduzir delegações obviamente não é o que o Brasil quer, porque precisamos de uma COP muito intensa e produtiva".
"Estamos tentando encontrar soluções para essa questão de preço", disse ele a jornalistas.
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