Mudanças climáticas podem dobrar as chuvas de verão nos Alpes, diz estudo. 23/06/2025
- Ana Cunha-Busch
- há 1 dia
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Por AFP - Agence France Presse
Mudanças climáticas podem dobrar as chuvas de verão nos Alpes, diz estudo.
Chuvas de verão curtas e intensas nas regiões alpinas provavelmente se tornarão mais frequentes e severas no futuro devido ao aquecimento global, de acordo com um estudo divulgado na quinta-feira pela Universidade de Lausanne (UNIL).
Pesquisadores disseram que, em um cenário em que as temperaturas subam dois graus Celsius (cerca de 3,6 graus Fahrenheit), os Alpes e regiões próximas poderiam experimentar episódios de chuvas intensas de verão com o dobro da frequência atual.
"Com esse aquecimento, uma tempestade intensa, atualmente esperada a cada 50 anos, poderá ocorrer a cada 25 anos no futuro", disse a universidade suíça, que conduziu o estudo em colaboração com a Universidade de Pádua, na Itália.
"O ar quente retém mais umidade (cerca de 7% a mais por grau), intensificando a atividade das tempestades", disseram os pesquisadores.
"Como o ambiente alpino aquece mais rápido do que a média global, ele é particularmente afetado", acrescentaram.
O estudo utilizou dados de precipitação de verão coletados em quase 300 estações meteorológicas nos Alpes Europeus, na Suíça, Alemanha, Áustria, França e Itália.
Eles se concentraram em eventos de precipitação recorde – com duração de 10 minutos a uma hora – ocorridos entre 1991 e 2020, bem como nas temperaturas associadas a esses episódios.
"A chegada repentina e massiva de grandes volumes de água pode exceder a capacidade de absorção do solo", o que pode "desencadear inundações repentinas e fluxos de detritos, causando danos à infraestrutura", disse Nadav Peleg, pesquisador da UNIL e principal autor do estudo.
Os pesquisadores recomendam "preparar sistemas urbanos de gestão de águas e outras infraestruturas" que são inadequados para lidar com volumes significativos de chuva.
"A atualização imediata dos padrões de engenharia e planejamento urbano" ajudaria a mitigar os riscos potenciais associados a esses eventos, acrescentaram, enfatizando também a necessidade de "limitar o aquecimento global a 1,5 °C ou menos acima dos níveis atuais".
De acordo com cientistas do painel do IPCC das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, há 50% de chance de as temperaturas globais subirem em média 1,5 °C até 2030-2035.
"Já estamos observando uma tendência de intensificação das tempestades de verão, e espera-se que essa tendência se agrave nos próximos anos", disse Francesco Marra, pesquisador da Universidade de Pádua e coautor do estudo.
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