Não recuem de forma decepcionante em relação ao clima, exorta a CEO da COP30 à UE 25/04/2025
- Ana Cunha-Busch
- 24 de abr.
- 3 min de leitura

Por AFP - Agence France Presse
Não recuem de forma decepcionante em relação ao clima, exorta a CEO da COP30 à UE
Por Benjamin LEGENDRE, Ivan COURONNE
A Europa é “absolutamente vital” para a luta contra o aquecimento global e a sua liderança não deve vacilar enquanto a ambição climática recua noutros lugares, afirmou à AFP a CEO da cimeira COP30, que se realizará em novembro no Brasil.
Em entrevista em Paris, Ana Toni exortou a União Europeia a se unir em torno de uma meta forte de redução de emissões, enquanto o bloco de 27 nações discute sobre seu nível de ambição climática.
A Comissão Europeia propôs reduzir as emissões em 90% até 2040 em relação aos níveis de 1990, mas alguns Estados-membros argumentam que o número é muito alto, atrasando sua aprovação.
Bruxelas está pressionando para renovar sua competitividade econômica e de defesa após a eleição de Donald Trump, e os defensores do clima temem que as metas verdes da UE sejam prejudicadas com o realinhamento das prioridades.
O debate está sendo acompanhado de perto, à medida que os países finalizam seus planos climáticos, conhecidos como contribuições nacionalmente determinadas (NDCs), que devem ser apresentados à ONU antes da conferência COP30 na cidade amazônica de Belém.
R: “A UE precisa liderar. Precisamos que a UE lidere. Se não puderem, não devemos ficar desapontados se outros países em desenvolvimento — países importantes como Índia e China — também repensarem o quanto precisam ser ambiciosos.”
R: “Compreendo a pressão. Sentimos a mesma pressão, a pressão política nos nossos países. Se perguntasse ao presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) quando decidiu concordar com uma NDC que prevê a descarbonização em 67 %, veria que também não faltou pressão por parte dos diferentes setores económicos que temos no Brasil.”
R: “Sim, o Brasil poderia vender muitos créditos de carbono. O Brasil está bem posicionado devido ao nosso setor energético e ao reflorestamento para vender créditos de carbono com integridade a qualquer mercado.”
R: ”Infelizmente, o governo federal dos EUA decidiu se retirar novamente... Mas devemos lembrar que os EUA não são apenas o governo federal. Você tem o setor privado nos EUA, você tem os governos estaduais. Dizem que cerca de 60% das leis relacionadas ao clima estão nas mãos dos governadores estaduais, não do governo federal.
“O clima precisa de estabilidade. É necessário planejamento. Acho que todos precisamos repensar o que chamamos de país de risco, porque, na maioria das vezes, todos consideravam os EUA um país muito estável e de baixo risco. E alguns países do Sul eram (considerados) de alto risco.”
R: “Não acredito que a China queira assumir a liderança, pois acredita na liderança coletiva. Considero que a ideia de liderança individual de cada país é muito ocidental, em que todos buscam um salvador, como um líder.
Não acredito que essa seja a cultura chinesa ou brasileira. Gostamos de liderança coletiva. E sim, podemos ver que os países do Sul estão desempenhando um papel de liderança coletiva.
É por isso que, voltando à Europa, é fundamental que a Europa, juntamente com o Brasil, a China, a África do Sul, a Índia e outros países, possam desempenhar esse papel de liderança coletiva."
R: ”Nenhum tipo de guerra é bom para o clima. São anti-ecológicas, qualquer tipo de guerra — seja militar ou comercial. O comércio pode desempenhar um papel positivo no processo de descarbonização se comercializarmos produtos de baixo carbono e se nos ajudarmos mutuamente a alcançar os nossos objetivos. Portanto, essa é uma mensagem muito importante. Precisamos manter o livre comércio, organizar o livre comércio de tecnologias de baixo carbono.”
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