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Obras de contenção de enchentes em "oásis" de Atenas são difíceis de aceitar entre os moradores. 11/12/2025

  • Foto do escritor: Ana Cunha-Busch
    Ana Cunha-Busch
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura
Moradores consideram o riacho Kifissos um "oásis", mas temem por seu futuro (Aris MESSINIS)  (Aris MESSINIS/AFP/AFP)
Moradores consideram o riacho Kifissos um "oásis", mas temem por seu futuro (Aris MESSINIS). (Aris MESSINIS/AFP/AFP)

Por AFP - Agence France Presse


Obras de contenção de enchentes em "oásis" de Atenas são difíceis de aceitar entre os moradores

Hélène COLLIOPOULOU


A poucos passos do movimentado bairro de Nea Filadelfia, em Atenas, Tassos Sikoutris caminha ao longo de um riacho ladeado por juncos e plátanos, em um cenário inalterado há séculos.


Recolhendo garrafas plásticas e detritos enferrujados, o engenheiro elétrico de 59 anos diz que o "oásis", conhecido como Kifissos pelos moradores, é o último trecho natural do rio Kifissos que corta a região oeste de Atenas.


Mas os moradores temem pelo futuro desse corpo d'água idílico devido aos planos dos governos central e regional de introduzir barreiras de contenção de enchentes na área.


A estratégia consiste em reforçar as margens do rio com gabiões — gaiolas de malha de arame preenchidas com pedras — e despejar concreto sobre um pequeno trecho do rio.


Já em prática em trechos do Kifissos e de outros rios na Grécia, alguns especialistas contestam a técnica devido ao risco de estreitamento do leito dos rios e subsidência do solo.


"Gabiões... são materiais naturais usados em todo o mundo e considerados ecologicamente corretos", disse Nikos Tachiaos, vice-ministro da Infraestrutura da Grécia, à AFP em seu gabinete.


- Inundações são o 'maior problema' -


Batizado em homenagem a um antigo deus grego dos rios, o rio Kifissos, com 27 quilômetros de extensão, serpenteia pelos subúrbios da zona oeste de Atenas desde tempos imemoriais.


Mas sofreu enormes transformações no século XX, com grande parte de seu leito aterrada para dar lugar a uma rodovia, áreas residenciais e zonas industriais durante um frenético processo de urbanização.


A maioria dos cursos d'água naturais de Atenas teve o mesmo destino, reduzindo drasticamente as áreas verdes e frescas que ajudariam a proteger a capital das ondas de calor.


No entanto, o atual governo da Grécia considera o risco de inundações o "maior problema" da capital, segundo Tachiaos.


"O que hoje é visto como um oásis pode, durante inundações severas, se transformar em uma catástrofe", disse o ministro.


Ele defendeu as obras como necessárias para prevenir "eventos (naturais) violentos no contexto das mudanças climáticas", como a tempestade Daniel — um ciclone mediterrâneo de intensidade sem precedentes que, em 2023, despejou o equivalente a um mês de chuva em apenas algumas horas.


- Ação judicial -


Chryssanthi Georgiou, presidente de uma associação de preservação de rios chamada Roi ("fluxo" em grego), argumenta que o projeto levará ao "corte de árvores centenárias e à destruição da flora e da fauna".


Moradores de Nea Filadelfia e municípios vizinhos entraram com uma ação judicial na tentativa de impedir o projeto.


O Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo da Grécia, cancelou recentemente um projeto semelhante em Vravrona, a leste de Atenas, devido ao seu impacto ambiental prejudicial.


Há receios semelhantes mais ao sul, em Faliro, em relação ao seu próprio riacho, o Pikrodafni.


Constantinos Loupasakis, professor de engenharia geotécnica que vive na região, afirmou que o concreto armado pode trazer benefícios "a curto prazo", mas também permite que água valiosa seja levada para o mar.


Em Nea Filadelfia, o riacho Kifissos ajuda a manter as temperaturas locais cerca de 4°C mais baixas do que no resto da cidade, disse Georgiou, da Roi.


"Nosso objetivo deve ser aproveitar ao máximo nossos recursos naturais", acrescentou, "especialmente agora com o risco de escassez de água" que assola a metrópole grega.


No mês passado, as autoridades decretaram estado de emergência hídrica na região metropolitana de Atenas.


A medida visa acelerar as obras de infraestrutura diante da seca prolongada na região, que causou uma queda significativa nos níveis dos reservatórios da capital.


Segundo a Companhia de Abastecimento de Água e Esgoto de Atenas (EYDAP), a precipitação anual na Grécia diminuiu cerca de 25%, a evaporação aumentou 15% e o consumo subiu cerca de 6% desde 2022.


"É preciso haver concessões de ambos os lados para encontrar um equilíbrio entre a beleza natural e a funcionalidade", disse Tachiaos.


hec/yap/jph/cc

 
 
 

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