ONG liga grandes marcas de chocolate ao desmatamento na Libéria. 25/11/2025
- Ana Cunha-Busch
- 24 de nov.
- 2 min de leitura

Por AFP - Agence France Presse
ONG liga grandes marcas de chocolate ao desmatamento na Libéria
Alguns dos chocolates mais conhecidos do mundo, de Mars a KitKat, provavelmente estão ligados ao desmatamento na floresta tropical da Libéria, apesar das alegações de sustentabilidade de muitas marcas, de acordo com uma pesquisa publicada pela ONG Global Witness na terça-feira.
A Libéria abriga a maior extensão remanescente da floresta tropical da Alta Guiné e várias espécies ameaçadas de extinção, como chimpanzés e elefantes da floresta, segundo o grupo.
Entre 2021 e 2024, a Libéria perdeu cerca de 250.000 hectares (618.000 acres) de floresta nos maiores condados produtores de cacau do país, conhecidos como o "cinturão do cacau", afirmou a ONG.
Os altos preços do cacau, combinados com a quebra de safra em países vizinhos produtores de cacau, impulsionaram um aumento nas exportações de cacau da Libéria e a expansão das fazendas.
Os exportadores de cacau dependem fortemente de comerciantes rurais na região, que compram indiscriminadamente, incluindo grãos ligados ao desmatamento, segundo o relatório.
As empresas então misturam "cacau rastreável e certificado com grãos não rastreáveis" sob um programa de certificação que lhes permite chamar esse chocolate de sustentável, de acordo com a Global Witness.
O estudo afirma que sua pesquisa "implica gigantes corporativos, incluindo Hershey, Mondelez (Cadbury), Nestlé, Unilever e Mars".
"Grandes marcas estão comprando cacau a granel não rastreável que esconde uma enorme pegada de desmatamento", disse o investigador da Global Witness, Charlie Hammans.
O relatório surge no momento em que o Parlamento Europeu se prepara para votar o adiamento da implementação de uma lei que proíbe a importação de produtos que impulsionam o desmatamento, para o final de 2026.
A lei "exigiria que as empresas que vendem na Europa comprovassem que produtos como o chocolate são totalmente rastreáveis e, portanto, livres de desmatamento", afirmou a Global Witness.
A Global Witness disse ter analisado dados alfandegários que mostram todas as exportações de cacau da Libéria por navio cargueiro nos últimos três anos.
Utilizou ainda dados sobre a perda de cobertura florestal nos condados de Bong, Nimba e Lofa para calcular a quantidade de floresta perdida no cinturão do cacau.
Além do cacau, a Global Witness afirmou que a agricultura em pequena escala, a mineração, o óleo de palma e a produção de borracha "também provavelmente contribuem significativamente para a perda florestal".
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bfm/yad





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