Orgulho indiano: leões asiáticos retornam com força. 11/12/2025
- Ana Cunha-Busch
- há 4 dias
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Por AFP - Agence France Presse
Orgulho indiano: leões asiáticos retornam com força
por Philippe Alfroy
Um rugido poderoso ecoou pela floresta antes que a silhueta de uma leoa surgisse em uma reserva indiana, uma imagem impactante de como os esforços de conservação trouxeram os animais de volta da beira da extinção.
No Parque Nacional de Gir, os leões asiáticos reinam em uma extensão de 1.900 quilômetros quadrados (735 milhas quadradas) de savana e florestas de acácias e tecas, seu último refúgio.
Por alguns minutos, as câmeras dispararam freneticamente dos jipes de safári, mas, com a chegada da noite e a partida dos visitantes, o majestoso felino permaneceu imóvel.
O sucesso de Gir é fruto de mais de três décadas de conservação rigorosa para expandir o território dos leões, o que agora levanta questões sobre o futuro da coexistência com os humanos.
O chefe do parque, Ramratan Nala, comemora o "grande sucesso": o número de leões aumentou em um terço em cinco anos, passando de 627 para 891.
"É motivo de orgulho para nós", disse Nala, chefe das florestas governamentais no extenso distrito de Junagadh, no estado de Gujarat, oeste da Índia.
O leão asiático, ligeiramente menor que seus primos africanos e identificado por uma prega de pele ao longo da barriga, historicamente vagava do Oriente Médio à Índia.
No início do século XX, restavam apenas cerca de 20 indivíduos, quase extintos pela caça e pela perda de habitat.
"Eles foram ressuscitados da beira da extinção", disse a bióloga Meena Venkatraman.
'Nossos leões'
Após a Índia se libertar do domínio britânico em 1947, um príncipe local ofereceu "seu" santuário de leões.
Nas últimas décadas, as autoridades investiram pesadamente na proteção da vegetação, na construção de poços e estradas e até mesmo na construção de um hospital. "O que acontece com os leões é que, se você lhes der espaço, os proteger e lhes fornecer presas, eles prosperam muito bem", disse Andrew Loveridge, da organização global de conservação de felinos selvagens Panthera.
Em 2008, eles foram retirados da Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas de extinção e passaram para a categoria de "em perigo".
Ao contrário da África, a caça furtiva é praticamente inexistente.
"A população local apoia a conservação dos leões asiáticos", disse Nala, relatando zero casos de caça furtiva há mais de uma década.
"Esses são os nossos leões", disse seu vice, Prashant Tomas. "As pessoas são muito possessivas com eles."
"Segredo do sucesso."
As comunidades locais protegem os leões ferozmente por razões culturais, religiosas e econômicas, pois eles atraem turistas.
Loveridge disse que as pessoas aceitam que algum gado seja perdido.
"Em geral, é menos provável que matem leões em retaliação por perdas de gado, o que é muito comum em muitos lugares da África", disse ele.
"Os gestores de vida selvagem indianos conseguiram conter esse conflito, em grande medida — em muitos aspectos, esse é o segredo do sucesso deles."
Mas o aumento da população significa que os leões agora vagam muito além dos limites do parque.
Cerca de metade da população de leões se estende por 30.000 km², e as mortes de animais domésticos dispararam, passando de 2.605 em 2019-20 para 4.385 em 2023-24.
Não há números oficiais sobre ataques a humanos, embora especialistas estimem que ocorram cerca de 25 por ano.
Ocasionalmente, um ataque chega às manchetes, como em agosto, quando um leão matou uma criança de cinco anos.
"Distribuir o risco."
À medida que os leões se deslocam para novas áreas, os conflitos aumentam.
"Eles estão interagindo com pessoas... que não estão tradicionalmente acostumadas a um felino de grande porte", disse Venkatraman.
E, apesar do aumento populacional, a espécie permanece vulnerável devido à limitada diversidade genética e à concentração em uma única região.
"Manter todos os leões em uma única população pode não ser uma boa ideia a longo prazo", acrescentou ela.
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Gujarat resistiu à ideia de realocar alguns leões para criar uma nova população, chegando a desafiar uma ordem da Suprema Corte.
Nala destacou que os leões de Gir estão separados em cerca de uma dúzia de populações satélites.
"Não podemos dizer que estão todos no mesmo grupo", disse ele.
Loveridge reconheceu que isso "está começando a diluir um pouco o risco".
Mas ele também alertou que "relativamente falando, uma população de 900 indivíduos não é tão grande", em comparação com os números históricos de dezenas de milhares.
A segurança da espécie a longo prazo permanece incerta, mas o ímpeto é forte e os esforços de proteção estão tendo um impacto mais amplo na vida selvagem em todas as florestas.
Venkatraman descreveu os leões como um "símbolo da conservação".
"Isso significa que, ao salvá-los, você também salva a biodiversidade ao seu redor."
pa/pjm/rsc
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