Piloto suíço supera recorde de altitude para avião elétrico movido a energia solar. 13/08/2025
- Ana Cunha-Busch
- 12 de ago.
- 3 min de leitura
Por AFP - Agence France Presse
Piloto suíço supera recorde de altitude para avião elétrico movido a energia solar
Robin MILLARD
O piloto suíço Raphael Domjan bateu o recorde de altitude para um avião elétrico movido a energia solar em um voo que o levou a 9.521 metros, anunciou sua equipe na quarta-feira.
O avião SolarStratos fez o voo histórico partindo do aeroporto de Sion, no sudoeste da Suíça, na terça-feira, aproveitando as térmicas de ar quente para superar o recorde que se mantém há 15 anos.
O recorde de altitude certificado para um avião solar é de 9.235 metros (30.298 pés).
A conquista é "um daqueles picos inesquecíveis que definem grandes aventuras humanas e tecnológicas", afirmou a missão SolarStratos em um comunicado.
O voo de Domjan durou cinco horas e nove minutos.
"Compartilho este momento de alegria com todas as pessoas que se preparam para esta conquista há anos", disse o "ecoexplorador" de 53 anos.
Os dados serão enviados à Federação Mundial de Esportes Aéreos, órgão regulador do esporte, que decidirá se validará o novo recorde.
"A altitude de pressão corrigida para a altitude de densidade padrão é a referência oficial para recordes de altitude na aviação", afirmou a equipe SolarStratos.
- Capturando a imaginação -
Domjan pretende ser o primeiro a levar um avião movido a energia solar acima de 10.000 metros — voando na mesma altitude que aviões comerciais.
Se essa barreira for quebrada, a equipe espera realizar o primeiro voo tripulado movido a energia solar na estratosfera, que na latitude da Suíça começa em torno de 12.000 metros.
"Esta conquista representa um marco importante no caminho para alcançar a estratosfera usando apenas energia solar — e já cumpre o objetivo da missão: capturar a imaginação com desafios emblemáticos e espetaculares que promovam a energia solar e a proteção da nossa biosfera e do nosso planeta", disse a SolarStratos.
O avião monomotor com hélice frontal, matrícula HB-SXA, é feito de fibra de carbono para garantir leveza e resistência.
O SolarStratos tem 9,6 metros de comprimento e sua enorme envergadura de 24,8 metros acomoda os 22 metros quadrados de painéis solares de alta especificação que cobrem as asas, permitindo voar em baixas velocidades.
O avião pode decolar em baixas velocidades, a partir de 50 quilômetros por hora. Sua velocidade máxima é de 140 km/h, enquanto sua velocidade de cruzeiro é de cerca de 80 km/h.
- O sonho de voar -
Em 2012, o pioneiro Domjan se tornou a primeira pessoa a navegar ao redor do mundo em um barco totalmente movido a energia solar.
"É importante demonstrar o que podemos alcançar com a energia solar", disse o aventureiro à AFP.
"O sonho de voar é provavelmente o sonho mais antigo da humanidade.
"Meu objetivo é mostrar à geração jovem de hoje e de amanhã que amanhã ainda será possível voar sem queimar nenhuma energia fóssil, sem emitir dióxido de carbono.
"É isso que queremos alcançar: mostrar que o mundo de amanhã pode ser melhor do que o que temos hoje."
- Ascensão em duas etapas -
Um voo de aquecimento em 31 de julho chegou a 6.589 metros — superando o recorde anterior do avião, em 2024.
Uma primeira tentativa na sexta-feira foi rapidamente abandonada quando as térmicas previstas não se concretizaram, economizando as baterias para domingo, quando o avião atingiu 8.224 metros.
Durante a primeira fase de tentativas de recorde, a aeronave precisa aproveitar ao máximo as correntes ascendentes de ar quente para subir a cerca de 4.000 a 5.000 metros.
Em seguida, ele precisa recarregar as baterias nessa altitude antes de subir novamente.
Para que o voo seja certificado como recorde, toda a energia utilizada durante o voo deve ter sido produzida pelas células solares.
Antes da decolagem, as baterias devem ser totalmente carregadas com energia solar, e o avião precisa pousar com sua própria energia – não pode planar de volta com carga zero – e ter pelo menos 16% de carga nas baterias.
O recorde atual foi estabelecido em 2010 pelo avião experimental Solar Impulse, com o piloto suíço Andre Borschberg aos comandos.
O promotor do projeto, o explorador suíço Bertrand Piccard, construiu então uma segunda aeronave solar que completou com sucesso uma viagem ao redor do mundo, em etapas, entre março de 2015 e julho de 2016.
rjm/giv
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