Singapura prepara o terreno para o fornecimento de metanol como combustível marítimo "verde". 24/11/2025
- Ana Cunha-Busch
- 24 de nov.
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Por AFP - Agence France Presse
Singapura prepara o terreno para o fornecimento de metanol como combustível marítimo "verde"
Singapura começará a emitir licenças de abastecimento no próximo ano para empresas que fornecem metanol como combustível marítimo, em um esforço para ajudar o transporte marítimo global a reduzir as emissões de carbono, disseram autoridades nesta segunda-feira.
Três empresas iniciarão o fornecimento de metanol no Porto de Singapura a partir de 1º de janeiro, informou a Autoridade Marítima e Portuária (MPA) em um comunicado.
Singapura é o principal centro de abastecimento do mundo devido à sua localização estratégica ao longo do Estreito de Malaca, com infraestrutura bem desenvolvida e acesso a refinarias.
"Isso marca um passo importante para estabelecer o abastecimento de metanol em larga escala e impulsionar a ambição de Singapura de ser um centro de abastecimento multicombustível sustentável", disse a MPA.
A Global Energy Trading Pte Ltd, a Golden Island Pte Ltd e a PetroChina International (Singapore) Pte Ltd foram selecionadas entre 13 empresas que se candidataram a licenças desde que Singapura abriu inscrições em março, informou a Autoridade Marítima e Portuária de Singapura (MPA).
Elas foram escolhidas pela "confiabilidade de suas cadeias de suprimentos, prontidão operacional, sistemas de segurança e certificação de sustentabilidade do metanol a ser fornecido", segundo a MPA.
"O forte interesse reflete o crescente foco do setor em combustíveis marítimos com menores emissões", afirmou a agência.
As licenças terão validade de cinco anos para apoiar "o desenvolvimento inicial do abastecimento de navios com metanol, dando aos licenciados espaço suficiente para desenvolver capacidades, fortalecer as cadeias de suprimentos e consolidar os investimentos iniciais à medida que o mercado se desenvolve", acrescentou.
O metanol verde, ou biometanol, é composto de dióxido de carbono (CO2) residual e "hidrogênio verde", que é criado usando energia renovável para dividir moléculas de água.
Comparado aos combustíveis marítimos convencionais, o metanol verde tem uma pegada de carbono menor, reduzindo as emissões em até 65%, de acordo com empresas de navegação. O transporte marítimo global — que geralmente utiliza diesel e outros combustíveis marítimos — contribuiu com pelo menos 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo as estatísticas mais recentes da UNCTAD, órgão das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento.
Novas diretrizes da Organização Marítima Internacional (OMI) afirmam que as emissões do transporte marítimo precisam ser reduzidas em pelo menos 40% até 2030 e zeradas por volta de 2050 para que os compromissos do Acordo de Paris sobre o Clima sejam alcançados.
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