Vice-presidente da UE para o clima busca "concorrĂȘncia justa" com a China em energia verde. 14/07/2025
- Ana Cunha-Busch
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Por AFP - Agence France Presse
Vice-presidente da UE para o clima busca "concorrĂȘncia justa" com a China em energia verde
Oliver HOTHAM
A UniĂŁo Europeia busca "concorrĂȘncia justa" com a China e nĂŁo uma corrida para o fundo do poço em salĂĄrios e padrĂ”es ambientais, disse Ă AFP na segunda-feira o vice-presidente do bloco para a transição limpa.
Existem atritos profundos nas relaçÔes econĂŽmicas entre o bloco de 27 paĂses e Pequim.
Bruxelas estĂĄ preocupada que um excesso de produção impulsionado por enormes subsĂdios estatais possa agravar o dĂ©ficit comercial e resultar em uma enxurrada de produtos chineses baratos, prejudicando as empresas europeias.
Em discurso durante uma visita a Pequim antes de uma importante cĂșpula UE-China na cidade neste mĂȘs, Teresa Ribera rejeitou as alegaçÔes da China de que o bloco estaria praticando "protecionismo".
"NĂłs, europeus, nĂŁo queremos entrar numa corrida rumo a rendas baixas, direitos trabalhistas mais baixos ou padrĂ”es ambientais mais baixos", disse Ribera, que tambĂ©m atua como chefe de concorrĂȘncia do bloco.
"Ă Ăłbvio que nĂŁo estarĂamos em uma boa posição se houvesse uma... inundação em nossos mercados que pudesse nos prejudicar com preços que nĂŁo refletem o custo real", disse ela.
A UE impĂŽs impostos de importação extras de atĂ© 35% sobre as importaçÔes de veĂculos elĂ©tricos chineses em outubro e investigou fabricantes de painĂ©is solares de propriedade chinesa.
Questionada se as medidas da UE contra as empresas chinesas de energia verde poderiam prejudicar a transição global para as energias renovĂĄveis, Ribera respondeu: "Ă justo dizer que, sim, podemos nos beneficiar no curtĂssimo prazo."
No entanto, ela também alertou que "isso poderia acabar com a possibilidade" de investimentos de longo prazo no futuro do bloco.
- Disrupção global -
A visita de Ribera ocorre em um momento em que Pequim busca melhorar as relaçÔes com a UniĂŁo Europeia como contrapeso Ă superpotĂȘncia rival dos Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump perturbou a ordem global e retirou Washington dos acordos climĂĄticos internacionais.
"NĂŁo creio que tenhamos testemunhado muitas ocasiĂ”es no passado em que uma grande economia, um grande paĂs, decidiu se isolar de forma tĂŁo relevante", disse ela Ă AFP.
"Ă uma pena".
"Os chineses podem pensar que os Estados Unidos lhes deram uma grande oportunidade de se tornarem muito mais relevantes na arena internacional", disse Ribera.
A visita tambĂ©m ocorre em um momento em que o bloco e os Estados Unidos discutem sobre um acordo comercial. Trump pĂŽs meses de negociaçÔes em desordem no sĂĄbado, ao anunciar que imporia tarifas abrangentes ao bloco se nenhum acordo fosse alcançado atĂ© 1Âș de agosto.
Ribera prometeu na segunda-feira que a UE "defenderia os interesses de nossas empresas, nossa sociedade, nossos negĂłcios".
Questionada sobre se um acordo estava prĂłximo, ela respondeu: "Quem sabe? Faremos o nosso melhor."
No entanto, ela insistiu que as regras de concorrĂȘncia digital da UE â frequentemente condenadas por Trump como "barreiras nĂŁo tarifĂĄrias" ao comĂ©rcio â nĂŁo estavam em pauta.
"Ă uma questĂŁo de soberania", disse Ribera.
"NĂŁo vamos abrir mĂŁo da maneira como entendemos que precisamos defender nossos cidadĂŁos e nossa sociedade, nossos valores e nosso mercado."
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