A guerra também destrói o meio ambiente – e estamos ignorando isso. OPINIÃO 03/07/2025
- Ana Cunha-Busch
- 3 de jul.
- 2 min de leitura

A guerra também destrói o meio ambiente – e estamos ignorando isso.
Os números falam alto. E o que eles dizem não é bonito. Em vez de surfar soluções, estamos nos afogando em estatísticas de arrepiar. Um relatório da NASA, fresquinho de junho, mostra que secas e enchentes dobraram nos últimos cinco anos. A receita?
Aquecimento global + desmatamento sem freio. O planeta está gritando. E a gente? Muitas vezes mudo, outras vezes preso num blá-blá-blá que não vira atitude.
Os dados não mentem. Estamos nos afogando, não em soluções, mas em estatísticas alarmantes. Segundo um relatório da NASA publicado em junho deste ano, a frequência de eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, dobrou nos últimos cinco anos, impulsionada pelo aquecimento global e pelo desmatamento acelerado.
Sim, há sofrimento em todos os lados. E é doloroso saber que, enquanto falamos de justiça climática, milhões de pessoas continuam sendo privadas do básico: segurança, dignidade e água. É impossível lutar por sustentabilidade sem falar de paz. É impossível falar de meio ambiente sem reconhecer os horrores causados por conflitos armados.
Nos dois primeiros meses do conflito, estima-se que as emissões de carbono associadas ao uso de armamentos e equipamentos militares tenham alcançado 281 mil toneladas de CO₂, o que equivale às emissões anuais de cerca de 60 mil carros. Quando somadas as emissões indiretas, como os danos à infraestrutura civil e os escombros gerados, o número sobe para mais de 450 mil toneladas.
O que acontece quando bombas caem sobre campos agrícolas, rios, aquíferos e zonas urbanas densas? O que acontece quando a água potável vira escassa não apenas por falta de infraestrutura, mas porque foi envenenada por explosivos e metais pesados? A guerra não deixa apenas feridas humanas, ela compromete o futuro da própria Terra.
O mais cruel é que sabemos o que precisa ser feito. Temos o conhecimento, temos as ferramentas, temos os dados. Mas ainda hesitamos. Ainda normalizamos tragédias. Ainda adiamos decisões urgentes em nome de interesses econômicos e políticos de curto prazo.
Esse ponto do ano é como uma encruzilhada. E fica a pergunta no ar:
-Vamos continuar contando mortos e toneladas de CO₂?
-Ou vamos virar essa história antes que ela vire fim?
A sustentabilidade que defendemos não pode ser seletiva. Ela precisa ser radicalmente humana, global, comprometida com a vida em todas as suas formas. Que o restante de 2025 seja sobre ação. Sobre compaixão. Sobre coragem de fazer o que precisa ser feito.
Com gratidão, 🌍
Anna Luisa Beserra
Fundadora, Sustainable Development & Water For All
LinkedIn: Anna Luisa Beserra
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