Manifestantes indígenas entram em confronto com seguranças na COP30, no Brasil. 12/11/2025
- Ana Cunha-Busch
- 11 de nov.
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Por AFP - Agence France Presse
Manifestantes indígenas entram em confronto com seguranças na COP30, no Brasil
Por Madeleine Pradel
11 de novembro de 2025, 18h49 (horário de Brasília)
Dezenas de manifestantes indígenas entraram em confronto com seguranças na terça-feira, durante a COP30, no Brasil, causando ferimentos leves em um raro incidente de violência nas negociações climáticas da ONU.
À noite, manifestantes indígenas e seus apoiadores romperam as barreiras de segurança na entrada principal do centro de convenções em Belém e entraram em confronto com os agentes de segurança presentes.
O incidente causou "ferimentos leves em dois agentes de segurança e pequenos danos ao local", disse um porta-voz da ONU Mudanças Climáticas à AFP.
"Equipes de segurança brasileiras e da ONU tomaram medidas de proteção para garantir a segurança do local, seguindo todos os protocolos de segurança estabelecidos", disse o porta-voz.
A calma foi rapidamente restabelecida e os seguranças usaram mesas e cadeiras para bloquear a entrada da "zona azul", área de segurança máxima no centro do centro de convenções.
Um jornalista da AFP viu um policial sendo evacuado em uma cadeira de rodas.
A segurança dentro do centro de convenções da COP30 é de responsabilidade da ONU, enquanto as autoridades locais cuidam da área ao redor.
Policiais da ONU pediam que aqueles que ainda estavam dentro do centro de convenções da COP30 evacuassem a vasta área com enormes tendas climatizadas.
"O movimento indígena queria apresentar suas reivindicações dentro da zona azul, mas não foi autorizado a entrar", disse João Santiago, professor da Universidade Federal do Pará.
Maria Clara, manifestante da Rede Sustentabilidade Bahia, disse à AFP que queria chamar a atenção para a situação dos povos indígenas.
"Essas vozes são ignoradas", disse ela.
"Eles entraram no local da COP30 para protestar contra o fato de a COP estar chegando ao fim, mas a destruição continua."
A Marcha pela Saúde e pelo Clima, organizadora do protesto, procurou se distanciar do incidente.
"A marcha, que terminou em frente ao local da COP30, foi uma expressão legítima, pacífica e organizada de mobilização popular, construída por meio do diálogo, da responsabilidade e do compromisso coletivo", afirmou o grupo em comunicado.
O porta-voz da ONU disse: "O local está totalmente seguro e as negociações da COP continuam." Autoridades brasileiras e da ONU estavam investigando o incidente, acrescentou o porta-voz.
Na semana passada, a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, afirmou que a cúpula da ONU seria "a melhor COP em termos de participação indígena".
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