Sistema Aquífero Grande Amazônia: um patrimônio invisível que precisa ser defendido. 24/09/2025
- Ana Cunha-Busch
- 23 de set.
- 2 min de leitura

O Sistema Aquífero Grande Amazônia: um patrimônio invisível que precisa ser defendido.
A recente descoberta do Sistema Aquífero Grande Amazônia, considerada uma das maiores reservas de água subterrânea do planeta, representa um marco histórico para a ciência e para o futuro da humanidade. Trata-se de um tesouro escondido sob o solo da floresta, capaz de garantir água para milhões de pessoas, regular o clima e fortalecer a soberania hídrica da região.
A Amazônia, já conhecida como o "pulmão do mundo" por seu papel fundamental no equilíbrio climático global, revela agora outra face de sua grandeza: um cemitério de proporções monumentais. Se a floresta já é essencial para a manutenção do ciclo das chuvas na América do Sul, o aquífero reforça ainda mais a responsabilidade que temos em preservar essa região única. Não estamos falando apenas de árvores ou de rios visíveis — estamos tratando de uma rede complexa, onde cada camada de solo, cada nascente e cada curso d’água compõem um sistema interdependente.
No entanto, a descoberta não pode ser vista apenas como motivo de celebração. Ela traz uma advertência: a cobiça sobre a Amazônia tende a aumentar. Grandes reservas de água, em um mundo que enfrenta crises hídricas cada vez mais severas, são estratégias estratégicas e, portanto, alvo de interesses econômicos e políticos. O risco da exploração desordenada é real e exige vigilância e governança transparentes.
É urgente compreender que a Amazônia não é apenas brasileira ou sul-americana: ela é um patrimônio natural de relevância planetária. Contudo, cabe ao Brasil e aos países amazônicos liderar o debate e estabelecer regras claras de proteção, com base em ciência e justiça social. Isso significa investir em pesquisa, fortalecer os órgãos ambientais, valorizar as comunidades locais e garantir que a água continue sendo um bem público e não comercializável.
O Sistema Aquífero Grande Amazônia é, em sua essência, um convite à reflexão sobre o futuro. Queremos repetir os erros cometidos em outras regiões do planeta, onde a exploração desenvolvida levou à escassez e ao colapso ambiental? Ou vamos aprender a lição e transformar essa descoberta em um exemplo de gestão sustentável e coletiva?
A resposta deve estar alinhada com a visão de que proteger a Amazônia — tanto sua floresta quanto seus recursos invisíveis — é proteger a vida. É assumir que a água não tem substituto e que, sem ela, não há agricultura, não há economia e não há sociedade. Que esse aquífero recém-revelado seja visto não como uma mina a ser explorada, mas como um legado a ser protegido.
Autora: Bianca Vieira
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