Primeira versão do pacto climático é apresentada na COP30 no Brasil. 18/11/2025
- Ana Cunha-Busch
- há 3 dias
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Por AFP - Agence France Presse
Primeira versão do pacto climático é apresentada na COP30 no Brasil
O Brasil, anfitrião da COP30, apresentou na terça-feira uma primeira versão de um acordo entre as nações participantes das negociações climáticas da ONU, após discussões sobre os pontos de divergência se estenderem até altas horas da noite.
A versão preliminar inclui uma série de opções sobre as questões mais complexas, refletindo a diferença entre as quase 200 nações presentes em Belém e o trabalho que ainda precisa ser feito para chegar a um consenso final.
O documento de nove páginas, intitulado "Mutirão Global" – uma referência a um conceito indígena de união em prol de um objetivo comum – foi apresentado depois que o Brasil instou os delegados, na segunda-feira, a trabalharem dia e noite para chegar a um acordo até o meio da semana.
O texto deixa em aberto uma ampla gama de possibilidades sobre os pontos críticos em Belém — medidas comerciais, financiamento para as nações mais pobres e a inadequação global das metas de redução de carbono.
Mas a rápida elaboração de uma versão preliminar sobre esses pontos espinhosos sugeriu que a presidência da COP30 estava confiante de que poderia chegar a um resultado em breve, disseram observadores.
"Representa uma progressão constante em relação à versão anterior e provavelmente é uma das divulgações mais rápidas de um texto tão claro na história recente da COP", disse Li Shuo, analista climático do Asia Society Policy Institute.
A versão preliminar reflete a forte divisão entre uma coalizão que deseja um "roteiro" para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e um bloco liderado por países produtores de petróleo que se opõe a qualquer esforço nesse sentido.
Propõe um "workshop" opcional para discutir "soluções de baixo carbono" ou uma mesa-redonda ministerial de alto nível sobre caminhos para ajudar os países a "superar progressivamente sua dependência de combustíveis fósseis".
Uma terceira opção propõe nenhum texto.
A minuta também levanta a possibilidade de avaliar os compromissos climáticos nacionais anualmente, em vez de a cada cinco anos, para avaliar o progresso global na redução das emissões de gases de efeito estufa com mais frequência.
Sugeriu ainda que a assistência financeira dos países ricos aos países em desenvolvimento para adaptação às mudanças climáticas seja triplicada até 2030 ou 2035 — uma demanda fundamental das nações mais pobres.
Propostas para abordar preocupações sobre comércio também foram incluídas, visto que a China lidera uma iniciativa em Belém contra medidas "unilaterais" e, em particular, contra o preço do carbono nas importações imposto pela UE.
Sobre essa questão sensível, quatro propostas foram delineadas na minuta, incluindo a criação de uma cúpula sob a presidência do Secretário-Geral da ONU sobre disputas comerciais relacionadas ao clima.
As longas negociações climáticas devem terminar na sexta-feira, após quase duas semanas de negociações, mas frequentemente se estendem além do horário previsto.
np/aha





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