Thanos da vida real: e não é que o estalar de dedos já começou? OPINIÃO 17/01/2025
- Ana Cunha-Busch
- 16 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de jan.

Thanos da vida real: e não é que o estalar de dedos já começou?
Nos cinemas, o personagem Thanos tinha um plano radical: reduzir a população pela metade para salvar os recursos do universo. Parecia pura ficção científica, mas… e se eu te dissesse que o “Thanos da vida real” está prestes a estalar os dedos? Só que, desta vez, não há super-heróis para impedir.
Olhe ao redor: desastres ambientais, guerras, pandemias, fome. Cada crise é como uma joia do infinito encaixada na manopla da realidade. Será que estamos caminhando para um “snap” global?
O estalo já começou?
O planeta nos manda sinais de alerta há décadas, mas eles nunca foram tão ensurdecedores. Em 2023, enchentes na Europa Central causaram mais de 50 bilhões de dólares em prejuízos, enquanto a seca no Chifre da África empurrou 22 milhões de pessoas para a fome extrema. No Brasil, vimos a seca transformar partes da Mata Atlântica em desertos — um paradoxo chocante.
E quando falamos de guerras, a história não é diferente. Conflitos alimentados por disputas por recursos como água e energia se tornam cada vez mais comuns. Será que o estalo de Thanos seria tão diferente do que já vivemos?
Thanos e o dilema ambiental: ficção ou realidade?
A motivação de Thanos era simples (e aterrorizante): o universo não aguenta tantos seres vivos consumindo tanto. Aqui na Terra, o relatório da ONU sobre mudanças climáticas parece ecoar essa ideia. Nos últimos 50 anos, consumimos recursos naturais mais rápido do que o planeta consegue regenerar.
Pense nisso: em 2024, o Earth Overshoot Day, o dia em que ultrapassamos o limite de recursos que a Terra pode repor, chegou em 2 de agosto. Em outras palavras, estamos vivendo de crédito ambiental pelo resto do ano.
Será que precisamos de um Thanos para perceber que estamos forçando o planeta a um colapso? Ou podemos ser os heróis da nossa própria narrativa?
O lado humano do estalo
Enquanto Thanos agia sem remorso, nosso “estalo” global tem rostos e histórias. São comunidades inteiras sendo devastadas por eventos climáticos extremos. São crianças morrendo de fome, famílias desalojadas por enchentes, vidas ceifadas por ondas de calor intensas.
E não, não precisamos de um vilão intergaláctico para nos lembrar que o peso do planeta recai, quase sempre, sobre os mais vulneráveis. Dados mostram que 80% das pessoas afetadas por desastres climáticos vivem em países em desenvolvimento.
E se você fosse um Vingador?
A pergunta é: o que podemos fazer? Será que estamos condenados a esperar o “snap” final, ou ainda dá tempo de agir?
• Reflita sobre o consumo: Se metade do que Thanos disse é verdade, será que precisamos consumir tanto?
• Exija políticas climáticas: Não há manoplas mágicas, mas há leis que podem transformar o cenário.
• Seja um herói local: Incentive práticas sustentáveis em sua comunidade.
• Apoie inovações: Tecnologias verdes podem ser as verdadeiras joias do infinito que salvarão o planeta.
Um futuro que não precisa de vilões
Thanos é apenas um símbolo de um dilema real. O planeta está gritando, e cabe a nós decidir se seremos os Vingadores ou os espectadores passivos de uma tragédia anunciada.
O estalo já começou — e não é ficção. A pergunta é: o que você vai fazer antes que seja tarde demais?
Com gratidão, 🌿🌍
Anna Luisa Beserra
Fundadora, Sustainable Development & Water For All
LinkedIn: Anna Luisa Beserra





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