Turquia busca sediar a próxima COP enquanto planos de copresidência fracassam. 16/11/2025
- Ana Cunha-Busch
- há 5 dias
- 3 min de leitura

Por AFP - Agence France Presse
Turquia busca sediar a próxima COP enquanto planos de copresidência fracassam
Fulya OZERKAN
A Turquia quer sediar a próxima COP do ano que vem e está preparada para fazê-lo de forma independente caso não se chegue a um consenso sobre a copresidência, disse uma fonte diplomática turca à AFP neste domingo.
A Austrália e a Turquia estão em um impasse sobre quem deve sediar a 31ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP31) em 2026.
O país anfitrião é escolhido por consenso, portanto, a menos que a Austrália ou a Turquia retirem suas candidaturas ou que os países concordem em compartilhar a responsabilidade, ambos ficarão de fora.
Caso não se chegue a um consenso, a cúpula retornará a Bonn, cidade do oeste da Alemanha que abriga o secretariado climático da ONU.
A fonte turca afirmou que as discussões com a Austrália à margem das reuniões anuais da Assembleia Geral da ONU inicialmente resultaram em entendimento mútuo, incluindo propostas para a gestão conjunta da presidência e reuniões conjuntas de alto nível.
No entanto, uma carta do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, rejeitou os acordos anteriores, citando as regras da ONU contra a copresidência e preocupações com o desvio da agenda da COP, focada no Pacífico, disse a fonte.
Ancara apoia o desenvolvimento de arranjos flexíveis por meio de consultas de boa-fé para ajudar a garantir o sucesso da COP31, afirmou a fonte.
"A Turquia continua a defender um modelo de copresidência como um passo para fortalecer o multilateralismo, mas está preparada para sediar a conferência de forma independente, caso não se chegue a um consenso", disse a fonte à AFP, acrescentando que Erdogan reiterou essa posição em sua resposta ao primeiro-ministro australiano.
"A Turquia continua a defender um modelo de copresidência como um passo para fortalecer o multilateralismo, mas está preparada para sediar a conferência de forma independente, caso não se chegue a um consenso", disse a fonte à AFP, acrescentando que Erdogan sublinhou essa posição em sua resposta ao primeiro-ministro australiano. — “Inclusão” —
Líderes mundiais, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, participaram de uma cúpula nos dias 6 e 7 de novembro para dar início à COP30, mas Erdogan e Albanese não estavam entre eles.
O vice-presidente turco Cevdet Yilmaz participou da cúpula, enquanto a Austrália foi representada pelo ministro das Mudanças Climáticas e Energia, Chris Bowen.
O Brasil nomeou um representante para ajudar a resolver as divergências entre a Austrália e a Turquia, mas diplomatas afirmam que, até o momento, nenhum progresso foi feito para se chegar a um acordo antes do encerramento da cúpula, em 21 de novembro.
Alguns observadores veem os laços estreitos da Turquia com a Rússia e a Arábia Saudita — países considerados obstáculos ao progresso na ação climática — como uma possível desvantagem.
A Turquia quer que a COP31 se concentre nas regiões mais vulneráveis do mundo, com possíveis sessões especiais abordando questões do Pacífico, acrescentou a mesma fonte.
A candidatura turca é apresentada como um apelo à solidariedade global e ao diálogo construtivo na ação climática.
"A Turquia continuará a agir com base nos princípios da cooperação e inclusão, em vez da competição, no combate às mudanças climáticas", disse a fonte, acrescentando que convida todas as partes a avançarem no processo com base no "diálogo construtivo e no respeito mútuo".
fo/cc





Comentários